Investimentos em IA reduzem roubos de carga, mas precisam crescer para enfrentar fraudes cada vez mais sofisticadas

Nos últimos meses, estatísticas divulgadas por entidades setoriais mostraram uma redução no número de roubos de carga no Brasil. Um exemplo é a região Sudeste: de acordo com o FETCESP, apesar da região continuar sendo o epicentro dos roubos de carga no país, apresentou uma redução de 80,6% em 2024 para 62,4% em 2025 no percentual de prejuízos registrados – queda de 18,2 pontos percentuais.

O dado representa um avanço importante e sinaliza que os esforços de segurança começam a dar resultados. No entanto, ainda estamos diante de um problema estrutural: mesmo em queda, os números continuam muito altos, colocando não só a região, como o Brasil entre os países mais afetados por esse tipo de crime.

O roubo de cargas não é apenas uma estatística. Ele impacta diretamente a economia, o setor de transporte e a vida de milhares de caminhoneiros. Estima-se que, mesmo com a retração recente, as perdas anuais sigam na casa de bilhões de reais. Isso significa custos adicionais para transportadoras, embarcadores e seguradoras, que acabam sendo repassados ao consumidor. Em última instância, cada produto que chega às prateleiras fica mais caro porque parte da cadeia logística precisa se proteger contra o crime.

Um dos maiores golpes atualmente é o da triangulação, no qual criminosos se passam por transportadores legítimos para assumir cargas de alto valor. Essa fraude reforça como o problema evolui constantemente e exige respostas inovadoras. Por isso, investir em tecnologia, como IA, machine learning e dados em tempo real para conectar caminhões a cargas de maneira mais eficiente e segura, é cada vez mais necessário.

Já há algum tempo existem plataformas que conectam transportadoras, embarcadores e motoristas. Elas facilitam o dia a dia de todos que estão neste processo, mas é importante também que todo o processo de contratação do frete aconteça dentro da plataforma, já que existem inúmeros processos de validação e checagem ali dentro.

Isso traz muito mais segurança para transportadores, embarcadores e motoristas, reduzindo significativamente os riscos de fraude e de perdas. Mais do que oferecer soluções digitais, é necessário fomentar um ecossistema mais seguro e transparente, em que todos os agentes da cadeia logística possam colaborar.

O Brasil já provou que pode avançar. A queda recente nos indicadores aqui no Sudeste é um sinal de que esforços conjuntos trazem resultados. Mas ainda precisamos transformar essa redução em uma mudança estrutural, com investimentos sólidos no setor. Hoje, a tecnologia é um dos melhores caminhos para isso.

Fonte: Blog do Caminhoneiro